quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Os egípcios acreditavam que, para poder continuar vivendo no além-túmulo, o ka, ou alma, necessitava apoiar-se no corpo ou em imagens do falecido. Isso explica a função das estátuas- retrato do morto colocadas nas tumbas onde onde, uma vez terminados os rituais funerários, não seriam vistas por mais ninguém. O faraó, em seu duplo encargo de rei e personagem de natureza divina, podia ser representado em várias posições hieráticas, ou seja, sagradas ou solenes. A mais frequente é de pé, em posição firme e com uma perna ligeiramente adiantada. As pernas são grossas colunas, os braços caem colados ao corpo e a cabeça devia apresentar certa semelhança com o indivíduo. Porém, os escultores egípcios realizavam retratos idealizados e solucionavam a questão do reconhecimento do falecido por sua alma ou pelos deuses escrevendo o nome do faraó nos pés da estátua.
Nas estátuas sentadas o faraó era representado majestosamente em seu trono, com as mãos apoiadas em cima das coxas. Outra representação sagrada é a do faraó em tríade, junto a duas divindades protetoras. Menos frequentes são as estátuas-cubo, onde o faraó está em posição acocorada ou fetal; aquelas onde se encontra ajoelhado oferecendo aos deuses produtos das Duas Terras e as estátuas onde o faraó é amamentado por uma deusa-mulher ou uma deusa-vaca.
No início, o faraó era o único que teria direito à vida no além-mundo. Com o tempo, os nobres, sacerdotes, escribas e todas as pessoas de posição elevada procuraram construir tumbas e retratos de aparência realista para assegurar uma segunda vida. Nessas esculturas destaca-se o uso convencional da cor: o homem e os meninos eram pintados m vermelho escuro, enquanto a mulher e as meninas em amarelo pálido.
Os oushebtis, ou os modelos, representam cenas da vida cotidiana e são uma amostra de arte popular, cheia de ingenuidade e realismo. Eles eram colocados nas tumbas pois os faraós desejavam estar acompanhados por seu servidores na outra vida.
Os relevos esculpidos das tumbas costumam refletir cenas da vida cotidiana para que o morto as observe. Por seguirem as mesmas regras para o uso da policromia, esses relevos acabam por se assemelhar às pinturas. Nos templos, costumam ser retratadas cenas de façanhas bélicas do faraó vitorioso representado em tamanho superior às demais figuras.
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